segunda-feira, 20 de maio de 2013

O que é? O que é? Não é comida nem bebida.



O Facebook tem se tornado um grande palco social. Nele as pessoas fazem de tudo para expor a sua felicidade e as suas conquistas. São fotos de férias, casas, carros, participação em eventos sociais, finais de semana, roupa nova, visual novo e etc. Até mesmo a quantidade de curtidas e de comentários na postagem indica quem tem mais êxito na vida e na rede social.
Cá estava eu! Numa boa! Quando resolvi verificar de quem era a fonte de uma imagem que relatava missionários feridos em algum país onde há grande perseguição contra a Igreja e eis que vejo um perfil que retratava perfeitamente o estereótipo do cristão evangélico da atualidade.
Lá estava uma foto de um homem de terno e gravata, ao fundo da foto: fogo. Muito fogo! E na foto de capa um belíssimo carro. Ainda mais: na primeira postagem que se podia ver dessa pessoa lia-se: Coloque seu pedido de oração estou indo orar.
Não cabe julgar a pessoa somente por estas coisas e esse não é o objetivo aqui, até porque parece ser um irmão piedoso pelo fato de compartilhar algo sobre a igreja perseguida, mas os elementos desse perfil nos permitem fazer uma leitura do padrão de evangélico que tem sido aceitado como “vitorioso”, digamos assim, na atualidade.
Em primeiro lugar a foto do homem engravatado com fogo (Muito fogo!) por trás de si nos sugere um líder pentecostal, de fato o é, pois abaixo vemos o local do seu trabalho: Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Um líder pentecostal como os outros, com seu grande esforço para demonstrar poder, unção, glória, santidade, etc. Veja bem, um cidadão evangélico que faz uma montagem de sua imagem rodeado de fogo (Muito fogo!) só quer demonstrar uma coisa: eu tenho poder sobrenatural. “Creia em mim, eu opero milagres, eu sou profeta, etc.”.
Podemos compará-lo com aquele que, segundo Jesus, foi muito mais que um profeta? (Mt. 11:19) João Batista não fazia esforço algum para ser reconhecido como tal, pelo contrário, seu padrão de vida, suas vestes, sua alimentação, quebrava totalmente o estereótipo de profeta esperado pelo povo. O povo queria alguém que se levantasse contra os romanos, que lhes profetizasse conforme os seus desejos e deleites. Mas João Batista pregava contra o pecado e conclamava o povo ao arrependimento, atraia aqueles que abriam o seu coração com uma promessa. Sucesso, vitória, dinheiro, reconhecimento? Não mesmo. A promessa era o Reino de Deus (que não é comida nem bebida).
Em segundo lugar a foto do carro revela a necessidade de demonstrar a prosperidade, a vitória, o sucesso. Costumamos ver garotões boçais de classes altas se exibirem com suas motos, lanchas, jet-skis, iates, lanchas, garotas (pasmemos!) e carros, mas de um líder espiritual não se espera isso, de um líder espiritual se espera coisas espirituais. É fato que deve ser alegria para qualquer pessoa conquistar um carro ou uma casa, o povo brasileiro tem experimentado isso, aos trancos e barrancos, mas tem experimentado. Porém, ser vitorioso é bem mais que isso. Ser vitorioso não é simplesmente se sentir realizado na vida, mas é fazer Deus se sentir realizado com a nossa vida. Muitas vezes, na verdade na maioria das vezes, o que queremos não está condizente com a vontade de Deus, o que nos realiza não está condizente com a vontade de Deus e por vezes tornamos Deus um mero ajudador de nossas realizações, Ele, porém, não está nada realizado com isso. Ser vitorioso é fazer da nossa vontade nula e soberana a vontade de Deus. “Convém que eu diminua e ele cresça.” JOÃO 3:30.

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